SÃO PAULO — Em meio às dificuldades dos partidos de centro para chegar a um consenso sobre uma candidatura única ao Palácio do Planalto, Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) adiaram um jantar ontem na casa do ex-governador João Doria para discutir a terceira via.
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De acordo com fontes que acompanham as negociações com MDB e União Brasil, o cancelamento do encontro com Doria se deu para evitar com que o paulista tentasse protagonizar a discussão entre as siglas e aproveitasse para capitalizar uma carta do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite de apoio à sua pré-candidatura.
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Pessoas próximas de Tebet entendem que o formato do jantar tendo Doria como anfitrião o favoreceria. A senadora defende que o debate das regras do pacto de centro seja feito pelos dirigentes partidários e não individualmente pelos candidatos.
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Em nota, a assessoria do paulista disse que a “impossibilidade de participação” dos pré-candidatos Tebet e Luciano Bivar levou ao adiamento do encontro.
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Aliados de Doria minimizam o episódio do jantar e dizem que ele trabalha pela unidade do grupo.
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“Doria considera fundamental o diálogo e a convergência junto ao centro democrático para apresentar uma alternativa viável de desenvolvimento ao país”, afirma Marco Vinholi, que é presidente estadual do PSDB de São Paulo e coordenador da pré-candidatura do tucano à presidência da República
Em nota, o ex-governador disse que o momento exige “união, serenidade, equilíbrio e convergência”
“Separados seremos derrotados e isso só interessa aos extremistas”, afirmou Doria
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Nas últimas semanas, a relação de Doria com o presidente do PSDB, Bruno Araújo, ficou estremecida após ele ter dito a um grupo de empresários que o pacto da terceira via estava acima das prévias tucanas, o que abriria caminho para Leite entrar na disputa presidencial. Desde então, Doria passou a participar mais ativamente das negociações e esteve pelo menos duas vezes com o ex-presidente Temer, um dos principais articuladores da terceira via.
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Ainda assim, os pré-candidatos das siglas divergem sobre os parâmetros. O grupo de Doria entende que a escolha da candidatura deveria se basear em pesquisas quantitativas, já que na maioria dos levantamentos ele pontua mais que Tebet. Na última pesquisa Datafolha, o paulista aparecia com 2%, enquanto Tebet tinha 1%.
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